Games e interconexão: o que uma coisa tem a ver com a outra?

Games e interconexão: o que uma coisa tem a ver com a outra?

“Estamos competindo (e perdendo) mais com o Fortnite do que com a HBO”. Quando a Netflix fez a declaração acima ao mercado, durante sua apresentação de resultados do quarto trimestre do último ano, comecei a entender que a mudança no universo dos games era muito maior do que havia imaginado.

Me lembro como se fosse ontem, quando era preciso assoprar os cartuchos de Atari para tirar a poeira de dentro e conseguir jogar (o que, na verdade, era só um efeito “placebo”, mas valia a tentativa). Era uma época em que as conexões eram físicas e visíveis. O cartucho tinha que ser encaixado em um slot para ser lido, iniciando, assim, o jogo. Havia também um pequeno “switcher” que permitia alterar a imagem da TV entre o que a antena captava e o conteúdo vindo do vídeo game. Botões? Apenas um era suficiente… Definitivamente, eram outros tempos.

A evolução da tecnologia dos jogos e computadores

Meu primeiro console foi um Master System, produzido pela Sega nos anos 80. A versão que eu tinha vinha com o jogo Alex Kid in Miracle World na memória. Acho que foi ali que aprendi a jogar jokenpô – era como chamávamos a brincadeira de pedra, papel e tesoura. Lembro que jogava por mais de duas horas para chegar ao final de Alex Kid. Na verdade, o jogo ter uma história com começo meio e fim já era uma enorme evolução. Foi exatamente nessa época que as primeiras reclamações sobre o tempo gasto jogando vídeo game começaram.

Mega Drive, Phantom System, Dynacom, Super Nintendo, a evolução passava por vários fabricantes e consoles. Cada um com seus jogos, todos funcionando com cartuchos físicos. Então veio o Playstation, fabricado pela Sony, em 1994, que substituiu os cartuchos pelo CD. Os jogos tinham uma realidade impressionante para a época e, naquele momento, ficava mais clara a relação entre a evolução da capacidade computacional e os consoles. O maior exemplo de como esses mundos estavam interligados pode ser percebido quando traçamos um paralelo entre o supercomputador ASCI RED, lançado pela Intel em 1997, e o Playstation 3, que foi lançado nove anos mais tarde. O ASCI RED custava “apenas” US$ 46 milhões com capacidade de 1,068 teraflops em uma área de 230 metros quadrados, enquanto o PS3 tinha o preço de USD 449 dólares e chegava a 2,1 teraflops, além de caber em qualquer mesinha.

A evolução exponencial da capacidade computacional abriu portas para muitas possibilidades. Diga-se de passagem, Gordon Moore, cofundador da Intel, já bradava nos anos 50 que o poder de processamento dos microprocessadores iria dobrar a cada um ou dois anos, ao mesmo tempo em que eles diminuiriam em custo e tamanho. E nos anos 2000, a internet entrou em cena e mudou nossas vidas para sempre.

Libertando-se das limitações

Anteriormente, tudo estava limitado a controles físicos conectados a plataformas separadas. Então os jogos se livraram das casas e tomaram o mundo. Isso abriu a mente de engenheiros e desenvolvedores para criar plataformas cada vez mais globalizadas e diferentes tipos de conexões, incluindo a possibilidade de jogadores estarem conectados, jogando juntos remotamente.

Os jogos estão cada vez mais realistas, abrindo infinitas possibilidades, ao ponto de aproximar ainda mais o mundo virtual do real com tecnologias como Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR) e Realidade Estendida (XR). Não mais uma forma de entretenimento infantil e trivial, os jogos agora fazem parte de nossas vidas cotidianas, infiltrando-se em áreas como educação e saúde de uma maneira que jamais imaginamos.

Com essa evolução, os players se especializam cada vez mais em diferentes áreas, seja com conteúdo para entretenimento, como vemos atualmente a Netflix “gamificando” filmes, ou mesmo laboratórios de saúde utilizando tecnologia VR para entreter crianças durante a aplicação de vacinas. Por outro lado, intensificou-se o grande desafio de plataformas como Playstation Network ou XBOX Live em entregar algo que tenha a capacidade de proporcionar uma experiência única para seus usuários.

Os jogos vão para a cloud

Esses mesmos players agora estão começando a usar tecnologias como nuvem e 5G para oferecer diferentes realidades. Microsoft e Sony estão se unindo para criar o XCloud. A Stadia, recém-lançada plataforma de jogos em nuvem do Google, promete entregar 10,1 teraflops. A solução de streaming de jogos é executada no Google Cloud. Apple, Microsoft, EA e muitas outras empresas estão lançando produtos similares.

Para que toda essa evolução seja possível e o gamer tenha acesso à melhor experiência possível, é necessário um suporte físico por trás. Uma instabilidade entre os servidores de um jogo on-line e provedores de nuvem ou provedores de rede pode causar atrasos inaceitáveis na experiência de jogo para centenas de pessoas de uma vez só. Se esse tipo de problema se repetir, cada vez menos pessoas estarão interessadas no jogo, causando perdas financeiras.

A melhor maneira de evitar esse tipo de problema é levar os servidores de jogos e os nós de acesso para a digital edge, em data centers mais próximos aos jogadores, e interconectar-se a empresas dentro do ecossistema de Games. Uma Interconexão ultrarrápida, segura e privada entre provedores de cloud, operadoras e parceiros pode desempenhar um papel fundamental no universo dos jogos. Menor latência, custos de rede mais baixos e uma melhor experiência do cliente são apenas alguns dos benefícios, especialmente em jogos online.

De acordo com o Cisco Visual Networking Index, “o tráfego de jogos na Internet crescerá nove vezes de 2017 a 2022, uma taxa composta de crescimento anual de 55%. Globalmente, o tráfego de jogos pela Internet representará 4% do tráfego IP global até 2022, partindo de apenas 1% em 2017.”

A indústria de games no Brasil também está crescendo rapidamente. Segundo um censo divulgado pelo Ministério da Cultura no final de 2018, o setor cresceu quase 30% ao ano no Brasil. E o país é agora o 13º maior mercado consumidor de games do mundo.

Prepare-se para o futuro dos games

O mundo dos jogos só será capaz de alcançar essas novas realidades se os games forem construídos e entregues de uma maneira que eles possam contar com todo o poder computacional necessário, especialmente quando estiverem totalmente conectados.

Seja na indústria de games ou em outras diversas que utilizam soluções hospedadas em cloud, a arquitetura orientada à Interconexão vem mudando o modelo de negócio das empresas. Antes, eram utilizados data centers em locais isolados, e quanto mais longe o seu consumidor está, pior é a experiência que ele terá. Hoje, com a computação em nuvem, o modelo é invertido. As principais empresas já têm sua TI altamente distribuída.

E o universo dos games nos traz um exemplo muito claro da importância da experiência do usuário. As empresas deste mercado já perceberam a importância de oferecer aos seus clientes os melhores serviços do mercado e, para isso, devem adotar os melhores modelos possíveis. Seguindo essa tendência, as grandes corporações do segmento de games investem cada vez mais na interconexão para serem mais competitivas e se tornarem cada vez mais globais.

Acesse o Guia de Estratégia de Interconexão para saber mais sobre como aplicar a interconexão ao seu modelo de negócios.

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