A indústria manufatureira está em um estado de fluxo: mais do que nunca, os clientes esperam bens mais inovadores, mais personalização em escala e entregas rápidas ou até mesmo no dia seguinte. Essas expectativas criaram uma pressão inédita nas cadeias globais de fornecimento de bens industriais. Os fabricantes de hoje precisam ser resilientes e ágeis, não apenas para atender às crescentes expectativas dos clientes, mas também para lidar com as interrupções da cadeia de suprimentos criadas por incidentes globais, como desastres naturais, instabilidade geopolítica, crises sanitárias e escassez de matérias-primas. Os fabricantes devem enfrentar esses desafios e, ao mesmo tempo, atender aos preceitos de sustentabilidade – não apenas tornando suas operações mais verdes, mas também comprovando que o fizeram.
O conflito na Ucrânia exacerbou muitos dos desafios da cadeia de fornecimento que já existiam até 2022. Embora a Ucrânia e a Rússia sejam juntas responsáveis por apenas 2,2% do volume global de exportação, os fabricantes do mundo todo são altamente dependentes dos dois países para certas commodities essenciais. Exemplos incluem ferro ou aço não liga, onde a Ucrânia e a Rússia juntas representam 36% das exportações globais.[1] Como resultado, muitos fabricantes foram forçados a encontrar fornecedores alternativos ou a reduzir temporariamente a produção. Por exemplo, a LMC Automotive diminuiu em 2 milhões de unidades por ano sua previsão de vendas de veículos leves europeus para 2022-2024, em grande parte devido à interrupção no fornecimento de matérias-primas e componentes.[2]
O caminho mais inteligente para uma manufatura mais inteligente
Diante das crescentes demandas dos clientes, das interrupções na cadeia de fornecimento e da necessidade de transição para fábricas inteligentes, os fabricantes devem se tornar resilientes ao digital para sobreviver e obter uma vantagem competitiva.
Saiba maisOs fabricantes também estão enfrentando custos mais altos de energia. Com a demanda global de petróleo e gás aumentando em ritmo acelerado e atingindo seu nível mais alto desde 2019, os produtores estão com dificuldades para encontrar a mão de obra e os equipamentos necessários para atender a essa demanda.[3] Por este motivo, alguns analistas do setor estão prevendo uma “lacuna de demanda” que continuará a se ampliar nos próximos anos. [4] Se somarmos a isso o desabastecimento de semiconductores, fica evidente que existem vários desafios que ameaçam simultaneamente a resiliência das cadeias de fornecimento globais. Os fabricantes devem agir agora para enfrentar esses desafios, ou arriscar a capacidade limitada, a interrupção dos principais fluxos de receita e níveis inadequados de experiência do cliente.
Novas tecnologias digitais como a Internet das coisas industriais (IIoT), computação em cloud e inteligência artificial e machine learning (AI/ML) podem desempenhar um papel fundamental para ajudar os fabricantes a impulsionar operações mais eficientes e resilientes. No entanto, essas tecnologias representam tanto uma oportunidade quanto um desafio: para aproveitar todo esse potencial, os fabricantes precisarão capturar, armazenar, processar e compartilhar grandes quantidades de dados em um ecossistema digital de parceiros e fornecedores. Ou seja, o futuro da manufatura será definido pelo big data, e um dos fatores-chave para determinar o sucesso da transformação digital será a capacidade de alavancar dados que se encontram em diferentes silos.
A Gartner® prevê que metade das organizações globais de manufatura de bens pesados terão monetizado seus dados com sucesso até o final de 2024, acrescentando:
“A rápida digitalização dentro das organizações industriais cria grandes quantidades de dados. Os CIOs podem compartilhar e monetizar esses dados em todo o ecossistema. Usando essa abordagem, os CIOs podem usar as informações como um ativo, e criar novos serviços ou ingressar em novos modelos de negócios. Isso pode garantir uma receita contínua mesmo quando o negócio for interrompido por fatores externos, como desafios da cadeia de suprimentos ou escassez de recursos humanos.”[5]
A TI legado significa atrasos para os fabricantes
As arquiteturas tradicionais de TI são uma grande barreira que está no caminho de cadeias de suprimentos digitais mais resilientes. Essas arquiteturas são baseadas em um modelo centralizado, onde todo o tráfego passa por um único data center. Trafegar dados a longas distâncias leva a uma maior latência, tornando mais difícil aproveitar todo o potencial das soluções digitais mais recentes. Arquiteturas de TI centralizadas também resultam em silos de dados, criando desafios para a troca de dados entre parceiros da cadeia de suprimentos. Por sua vez, isso impede que os fabricantes tomem decisões informadas com base em insights em tempo real e colaborem com fornecedores para lidar com a interrupção.
As arquiteturas de TI centralizadas também carecem da escalabilidade e flexibilidade necessárias para acompanhar as tendências do mercado e a mudança da demanda dos clientes. Construir novos data centers privados é um empreendimento caro e demorado, assim como criar novas conexões físicas com parceiros e provedores de serviços. Além disso, redes corporativas legadas não escalam para adicionar capacidade facilmente, o que significa que picos inesperados na demanda da rede podem levar a paralisações. Esse aumento do tempo de inatividade causará perda de produtividade e impactará negativamente a experiência do cliente.
A infraestrutura digital distribuída permite maior resiliência da cadeia de fornecimento
A TI legado pode ter servido bem aos fabricantes no passado, mas os desafios modernos exigem soluções modernas. Os líderes digitais de hoje estão substituindo data centers privados tradicionais por instalações de colocação neutras distribuídas em diversos locais no mundo todo, reduzindo a distância que os dados têm que percorrer. Isso ajuda a manter a latência menor, desbloqueando assim o valor total do negócio de IIoT, AI/ML e outras tecnologias modernas. A implantação de infraestrutura em locais do core digital – aqueles com as maiores concentrações de provedores de serviços em cloud e rede – aumenta consideravelmente a agilidade da infraestrutura, dando aos fabricantes uma vantagem competitiva em uma era em que se adaptar às mudanças rapidamente se tornou um imperativo para os negócios.
Outro aspecto fundamental de uma infraestrutura de TI moderna é ser capaz de mover dados para onde eles precisam ir em tempo real, com segurança e uma boa relação custo-benefício. Isso significa evitar a Internet pública e optar por soluções diretas e privadas de interconexão. Ao compartilhar dados em seus ecossistemas de fornecedores e parceiros – incluindo dados de dispositivos IoT, dados de produção, dados preditivos, dados de produtos e muito mais – os fabricantes podem gerar melhor visibilidade e transparência em todo o seu negócio. Isso permite às organizações:
- Obter melhor previsão e fornecimento de matérias-primas e reagir rapidamente para resolver interrupções no fornecimento.
- Monetizar dados e diversificar fluxos de receita, introduzindo novos modelos de negócios como serviço.
Coletar e analisar dados de mercado, uso de produtos e tendências em tempo real para direcionar insights sobre a demanda do cliente. - Desbloquear o poder das tecnologias de fabricação inteligentes através de latência extremamente baixa na borda.
- Habilitar um modelo de trabalho remoto para aproveitar um pool mais amplo de trabalhadores técnicos qualificados.
- Substituir data centers privados ineficientes e desatualizados por instalações de colocação “green-by-design” que incorporam as últimas inovações de sustentabilidade.
A Johnson & Johnson é um exemplo de um líder digital que está prosperando através da adoção de tecnologia de manufatura inteligente. A empresa usa a tecnologia IIoT para conectar suas máquinas e criar gêmeos digitais – representações digitais de seus ativos físicos. Essas simulações digitais ajudam a empresa a monitorar o desempenho dos ativos e obter insights baseados em dados que podem ajudar a reduzir o tempo de inatividade e os custos operacionais.
Multicloud híbrido desbloqueia maior flexibilidade e resiliência
Um aspecto fundamental da resiliência digital é ser capaz de aproveitar os serviços no cloud para obter o máximo desempenho e escalabilidade. As arquiteturas de TI baseadas em nuvem são inerentemente mais resistentes porque permitem que os fabricantes ampliem novas capacidades rapidamente para se adaptar a novas necessidades. No entanto, os fabricantes enfrentam desafios únicos que tornam uma abordagem totalmente nativa da nuvem impraticável. Eles muitas vezes têm que emparelhar as mais recentes capacidades digitais com equipamentos personalizados legados e sistemas que precisam ser executados em ambientes locais. Por esse motivo, adotar uma arquitetura multicloud híbrida pode ser particularmente útil para os fabricantes.
Substituir os data centers privados desatualizados que costumam ser encontrados em arquiteturas de TI legado por instalações neutras de colocação pode ser o primeiro passo para alavancar todo o potencial do multicloud híbrido para fabricação. A implantação em data centers de colocação em locais estratégicos importantes pode ajudar os fabricantes a adotar uma abordagem cloud-adjacent, onde eles podem manter o controle sobre seus dados no local, ao mesmo tempo em que aproveitam a capacidade temporária da nuvem dos principais provedores de nuvem pública sob demanda.
O Grupo CELSA, uma multinacional europeia líder na produção de produtos longos de aço, associou-se à Equinix para empreender uma iniciativa de transformação digital que incluía um componente de optimização híbrida multinuvem. A empresa agora utiliza acessos dedicados ao cloud para uma conexão direta e segura a fornecedores como a Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud. A CELSA também maximizou a resiliência, implantando hubs regionais redundantes e conectividade de cloud em sua presença na Europa. Ao substituir sua rede MPLS tradicional por SD-WAN, a empresa melhorou a resiliência e, ao mesmo tempo, reduziu os custos de infraestrutura de rede em até 40%.
Vá do fixo e frágil ao resiliente e ágil com plataforma Equinix
Os riscos são claros: as cadeias de suprimentos construídas sobre uma infraestrutura de TI fixa e frágil provavelmente quebrarão ao primeiro sinal de interrupção, enquanto uma infraestrutura digital resiliente e ágil ajuda os fabricantes a se adaptarem às novas condições de forma rápida e fácil. Não surpreende que os fabricantes que priorizam a transformação digital estejam prosperando nestes tempos turbulentos, enquanto outros estão sendo deixados para trás. De acordo com o Global Interconnection Index, os líderes digitais estão tendo um alcance 4,5x maior, enquanto as empresas tradicionais ainda estão tentando encontrar o rumo certo.
Para implantar em locais de núcleo digital e capacitar uma abordagem adjacente à nuvem, os fabricantes precisam de um parceiro de colocation confiável.Os data centers Equinix IBX® estão disponíveis em mais de 65 metros em todo o mundo, fazendo da Platform Equinix® a escolha ideal para os fabricantes que procuram mudar de TI centralizada para infraestrutura digital distribuída e interconectada. Ser capaz de implantar infraestrutura rapidamente em mais lugares capacita os fabricantes a responder com agilidade à interrupção da cadeia de fornecimento ou mudanças nas demandas dos clientes.
Para saber mais sobre como a infraestrutura digital distribuída pode ajudar a sua empresa a superar os desafios da cadeia de suprimentos, confira o infográfico “Achieve digital resiliency in manufacturing“.
[1] Dun & Bradstreet, “Russia-Ukraine Crisis: Implications for the global economy and businesses”. February 2022.
[2] European market outlook worsens
[3] Reuters, “As energy prices soar, supply chain snags threaten U.S. oil output gains”. Liz Hampton, November 2021.
[4] Reuters, “Energy trader Vitol expects 2022 oil demand to outpace pre-COVID levels”. March 2022.
[5] Gartner Press Release, “Gartner Identifies Top Five Business Trends in Manufacturing for 2021”. July 2021.